Tita Raio de Sol


Valentina nasceu no dia seis de julho de 2010, dia em que seu pai completou 40 anos. Nasceu de parto Cesárea, pesava 3,505Kg e media 49cm. 

O primeiro susto veio já no seu segundo dia de vida, quando a pediatra nos informou que ela tinha um sopro no coração e que precisaríamos levá-la a um Cardio-Pediatra. Tivemos alta do hospital e com quatro dias de vida ela foi avaliada pela cardiologista. Descobrimos que ela nasceu com uma estenose de válvula pulmonar leve, o que não trouxe nenhum mal significante. No primeiro ano de vida ela foi atendida, examinada e fez exames a cada três meses e recebemos a excelente notícia de que a estenose se manteve inalterada; não houve aumento do gradiente, para nosso alívio.

De lá prá cá, Tita vai à especialista uma vez a cada dois anos apenas para para fazer acompanhamento e a médica nos disse que podemos ficar tranquilos com o coraçãozinho dela; Valentina vai poder fazer esportes, tomar sustos e até se apaixonar perdidamente!

Durante o primeiro ano de vida da nossa pequena, ela foi acompanhada pelo pediatra e nunca suspeitamos de problemas com seu desenvolvimento. A Lívia ficava preocupada com "engasgos" de perder o fôlego, que vinham do nada; vinham de repente. Não precisava estar comendo, mamando ou bebendo água para que acontecessem.

Valentina foi crescendo e os "engasgos" foram se tornando mais raros, até que desapareceram. Com um ano ela ainda não andava, mas achávamos que era por falta de estímulo e passamos a deixá-la no chão por mais tempo. Logo começou a engatinhar e ficava em pé se apoiando nos móveis.

A busca


Com um ano e meio nós a levamos ao neurologista e tivemos uma notícia que nos abalou profundamente: a médica suspeitou que a Tita tivesse uma síndrome (síndrome de Williams). Esta suspeita se deu por conta do problema cardíaco congênito, por não andar sozinha, por ainda não falar e por algumas características físicas (principalmente o formato dos olhos e das mãos).

A Livinha saiu do consultório aos prantos, sem chão, mas decidida a procurar, decidida a entender, a buscar saber o que a Valentina podia ter. Essa busca nos levou a muitas coisas interessantes e só confirmou que nossa Tita é realmente especial! Única! 

Iniciamos uma verdadeira maratona com diversos especialistas e fizemos uma bateria de exames.

Nada foi diagnosticado e a Tita começou acompanhamento de fonoaudiologia e fisioterapia.

Um pouco depois...

Pra poder deixar as coisas claras e tentar fazer todo mundo entender, a Valentina começou a se sentar no tempo certo, se comunicava balbuciando e resmungando no tempo certo e demonstrava um desenvolvimento normal para cada idade específica em que a levávamos ao pediatra, mas por volta dos dois anos e oito meses ela ainda não conversava e resolvemos, de novo, levá-la a um outro neuro-pediatra.

Saímos da consulta bastante felizes com o que o médico disse:
"sua filha precisa de estímulo, contato com outras crianças, escola e limites!"

Decidimos matriculá-la em uma escola e passamos um período observando e tentando deixar que ela se desenvolvesse em seu próprio tempo, e continuamos com a terapia de fonoaudiologia.

Tita sempre foi apaixonada por música, instrumentos musicais e todas as coisas que fazem música. Seu pai tinha um estúdio de gravação e ela até hoje vive entre violões, guitarras, baixos, pedais de efeito, baterias, teclados, microfones, pré-amplificadores, caixas de som e mesas de som. São coisas que fazem parte da sua rotina e a ajudaram muito, nós achamos, a se comunicar e se expressar.

No início, embora balbuciasse algumas palavras, Valentina se expressava por gestos; todos criados por ela! Havia um sinal para cada coisa! E, assim, ela dominou o meio em que vive e nos fez entender o que queria.

Quando começou a falar, por volta dos três anos, criou para si o apelido de Tita, que nós usamos até hoje.

E a partir daqui começa uma história linda, com momentos de medo, de tristeza, de ansiedade, com noites sem dormir (causadas pela angústia, e pela preocupação - Valentina nunca passou uma noite em claro), e uma história sem quase nenhuma certeza, mas repleta de descobertas, estudos, consultas, exames, leituras, muitas conversas entre pai e mãe e, claro, muitos beijos e abraços na nossa Tita! Muitas brincadeiras, fotos divertidas e, mesmo com todas as dificuldades, muita felicidade e muito amor.

titaraiodesol@outlook.com
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora